Eu não conhecia a episcia, ou planta tapete como é popularmente conhecida, até pouco tempo atrás. Quando a vi pela primeira vez já comprei um vaso, que aliás era de tamanho considerável, e eu não fazia ideia de onde ia plantar aquela folhagem linda de textura e cores exóticas, mas não resisti, tive que levar.
Logo depois de comprar já começou o dilema e passei a desenhar mentalmente um mapa da minha varanda e analisar onde ela ia caber. No fim eu tinha um único local para colocá-la, mas era perfeito e até hoje minha muda de episcia cupreata está em um daqueles vasos do tipo largo e baixo, ótimo para ela, que adora crescer lateralmente, espalhando-se. Eu a comprei já bem desenvolvida e depois que a trouxe para casa ela cresceu bastante, preenchendo todo o vaso.
Além de crescer bastante e aumentar o volume de folhagem, minha episcia também floresceu sem parar da primavera, quando a adquiri, até o fim do outono. Na primavera e verão ela tinha muitas flores vermelhas, já no outono nem tantas, mas estava sempre florida, pelo menos com uma flor aqui outra ali.
Depois de cuidar, observar, pesquisar, aprender, fazer experiências e analisar os resultados, posso falar sobre essa criatura linda que é a episcia cupreata e passar um pouco de tudo que aprendi sobre ela.
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Plantio
Desde que adquiri minha muda linda de episcia ela é cultivada no mesmo vaso grande, baixo e de boca larga. Esse é o tipo de vaso que recomendo para elas, já que são um tipo de planta que se espalha, desenvolvendo estolões e formando um tapete no vaso. O crescimento é predominantemente horizontal.
No plantio aproveitei todo o substrato que veio no vaso original dela, preservando o torrão inteiro. O restante do vaso, que tem por volta de 4 vezes o tamanho do vaso original, foi preenchido com a seguinte mistura: partes iguais de substrato pronto de boa qualidade e húmus de minhoca, para cada 4 partes dessa mistura acrescentei uma parte de esterco bovino bem curtido e uma parte de areia de rio média.
A episcia cupreata gosta de substrato rico em matéria orgânica, por isso o húmus de minhoca e o esterco bovino. Além disso ela precisa de um substrato com boa drenagem, para que seja mantido levemente úmido entre regas, do jeito que ela gosta, sem prejudicá-la por excesso de umidade, por isso o uso da areia na mistura, deixando o substrato mais leve.
Sol
A episcia cupreata é uma espécie de meia sombra, que não gosta de sol forte nem por períodos prolongados. Ela deve ser mantida apenas no sol da manhã, à meia-sombra com muita claridade ou perto de janelas com sol filtrado.
Nas situações que ela pega mais sol, seja filtrado ou sol da manhã, ela irá florescer mais, porém o sol deve ser pouco e fraco, como já mencionei, o sol forte não fará bem para a folhagem e irá queimá-la.
Rega
A regra para a episcia é substrato levemente úmido, mas sem encharcar ou os ramos e raízes podem apodrecer. O substrato deve ter boa drenagem justamente para manter a umidade sem excessos.
A minha muda eu rego todos os dias em épocas de calor e a cada dois ou três dias nas épocas mais frias, mas é claro que isso deve ser analisado diariamente. São muitos os fatores que vão influenciar as regas e eles variam muito de um local para outro e das condições de cultivo, por isso não existe uma regra para a periodicidade.
Ao regar deve-se molhar apenas o substrato, evitando o contato da água com as folhas e flores.
Adubos
A episcia recebe os mesmos adubos que as demais plantas que eu cultivo, que são o adubo líquido e o leite diluído.
O adubo líquido é usado como foliar e nas regas uma vez por semana. Já o leite diluído uso apenas como foliar borrifando as plantas também uma vez por semana.
Além desses adubos, que são usados regularmente, uso no plantio o esterco bovino e o húmus de minhoca como já mencionei.
Pragas
Felizmente eu não tenho nada para relatar aqui. Minha episcia nunca teve nenhuma praga ou doença. Ela é uma planta muito resistente e o cultivo é super simples, além do fato de ser ótima para quem não tem muito sol disponível, já que prefere meia-sombra.
De qualquer forma recomendo a leitura dos posts relacionados na categoria Pragas e Doenças para quem está tendo algum problema com ela.
Propagação
Estaquia
A episcia solta estolões assim como os morangos, o que torna a propagação dessa planta bem fácil se você já tem uma muda adulta.
Os estolões podem ser plantados diretamente no substrato, ainda conectados à planta mãe, e vão criar raízes, formando novas mudas.
Outra forma de propagar a episcia através dos estolões é cortando-os e colocando na água para enraizar. Fiz essa experiência e depois de 6 dias na água já era possível ver as raízes surgindo.
Depois de mais alguns dias plantei a muda no substrato, mas ela não se adaptou bem, então a coloquei de volta na água para se recuperar e desenvolver mais raízes. Quando ela já estava com um bom volume de raízes bem desenvolvidas eu plantei novamente.
Polinização
A episcia produz muitas flores vermelhas e tubulares da primavera até o início do outono e a polinização é bastante interessante. Os estames com pólen e o estigma surgem em momentos diferentes da formação da flor. Esse processo exige uma observação atenta para que a polinização seja bem sucedida.
Logo que a flor abre os estames estão bem nítidos e cheios de pólen, mas somente no dia seguinte é que surge o estigma. Nesse momento não se vê mais os estames e se estão levemente visíveis o pólen já não é mais viável, deve-se então usar o pólen de outra flor para polinizar. Também é possível recolher e guardar o pólen dos estames assim que surgem e aplicar no estigma da mesma flor quando ele estiver receptivo, mas só recomendo que isso seja feito se não houver outras flores abertas no momento.
A maturação das cápsulas após a polinização demora muito. Leva alguns meses para que seja possível recolher as sementes e não adianta colher antes da hora porque as sementes não serão viáveis, então tenha paciência, muita paciência.
Há duas formas de saber se as cápsulas já estão no ponto de colheita. Uma delas é esperar a cápsula abrir naturalmente e então recolher. Ela literalmente racha e expõe as sementes. Nesse processo algumas são perdidas, mas a quantidade de sementes dentro de cada cápsula é enorme, então muitas serão aproveitadas. Outra forma de saber é observando a cápsula que deve ficar mais macia ao ser apalpada e quando tocada desprende-se facilmente da planta.
Umas das flores que acompanhei desde o início foi polinizada em 20 de fevereiro e a cápsula só estava pronta para colheita no dia 4 de maio, mais de dois meses depois.
Germinação
A germinação das minúsculas sementes de episcia também é um pouco demorada e pode levar de 10 dias até 4 semanas em condições adequadas de cultivo.
As sementes de episcia precisam de calor e umidade equilibrada para germinar. Eu plantei usando minha estufa porque as temperaturas já estavam mais baixas. Fiz o plantio no dia 04 de maio e a germinação ocorreu no dia 26 de maio.
As mudinhas são microscópicas e dá até medo de respirar em cima delas de tão sensíveis que parecem ser. Mas apesar de serem minúsculas a fofura é extrema e elas têm até pelinhos desde a germinação, isso se os seus olhos permitirem que você enxergue esse detalhe, eu só vi usando uma lupa (#senteodrama).
Para ler mais sobre o cultivo dessa e outras plantas, tirar dúvidas sobre pragas, defensivos, adubos e aprender mais sobre jardinagem acesse o Blog SABERES do JARDIM.
Posso cuidar dela apenas na água?
Desculpe a demora, Jessica! Não recomendo para essa espécie.
Abraços Floridos
Adotei esse texto a minha está cheia de sementes e não estava sabendo o que fazer. Obrigado me ajudou muito
Adorei seu texto!
As epíscias são realmente lindas!!
Parabéns.
Obrigada ☺️